No AC, associação cogita acionar Justiça devido à greve da Suframa
05/06/2015 10h58 - Atualizado em 05/06/2015 10h58
 
Supermercados querem que produtos sejam entregues sem registro imediato.
Nesta sexta-feira (5), greve da Suframa no Acre completa 15 dias.
 
Caio Fulgêncio Do G1 AC
 
Caminhões aguardam liberação de  carga pela Suframa do Acre (Foto: Quésia Melo/G1)
 
A Associação Acreana de Supermercados (Asas) cogita a possibilidade de acionar a Justiça para que as mercadorias que chegam ao estado sejam descarregadas sem o registro imediato na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no Acre, que está em greve desde o dia 21 de maio. De acordo com o presidente da Asas, Luiz Deliberato, a setor tem conversado com o governo do estado para encontrar uma solução administrativa para evitar prejuízos.
 
"Estamos estudando juntamente com o governo do estado alguma alternativa de contato com a Suframa e com o ministério [do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior] em Brasília para ver se conseguimos administrativamente contornar esse problema. A questão de acionar a Justiça não está descartada. A solicitação seria para que pudéssemos descarregar a mercadoria e efetuar o registro depois. Essa paralisação tem causado um transtorno muito grande para as empresas do estado", diz.
 
Em relação aos prejuízos, Deliberato afirma que a preocupação maior é com os gêneros alimentícios. No entanto, para ele, os maiores prejudicados são os caminhoneiros que acabam impossibilitados de descarregar as mercadorias no estado acreano.
 
"Temos a consciência que a estrutura com 100% de funcionários da Suframa já é deficitária e agora com 30% não atende o mínimo necessário. O prejuízo do nosso lado são os gêneros alimentícios, mas os caminhoneiros autônomos sofrem mais, porque ficam com o veículo parado, sem trabalhar e receber, só tendo despesa. E eles não têm nenhuma infraestrutura para ficar aqui", acrescenta.
 
Apesar da greve, o presidente da Asas não acredita na possibilidade de um desabastecimento. Ele afirma que os supermercados locais estavam com um estoque acima da média, devido ao risco de uma nova enchente do Rio Madeira, em Rondônia, e uma consequente interrupção do tráfego pela BR-364, única via de acesso terrestre que liga o Acre ao restante do país, como ocorreu em 2014.
 
"Não vislumbramos um desabastecimento, pelo menos por enquanto. Já estávamos bastante estocados em função de termos nos precavido com receio de que a BR-364 fosse alagada novamente. Fizemos uma estocagem acima da demanda normal. O que nos preocupa é que hoje estamos mantendo o volume de contas de reposição e a greve pode chegar a um ponto de afetar isso", fala.
 
Suframa completa 14 dias de greve no Acre
Renato Santos, vice-presidente do Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa) no Acre, rebate dizendo que a descarga de mercadorias sem o registro no órgão - a chamada parametrização no Canal Verde - é ilegal. Além disso, pode gerar vários problemas como o extravio de mercadorias.
 
"Ouvi dizer que a Justiça seria acionada para que os autônomos tivessem a parametrização no Canal Verde, que é entregar a mercadoria e depois só levar o documento. Além disso ser ilegal, nós estamos cumprindo até mais que os 30% que a legislação pede. Nesse caso, pode ocorrer a questão do extravio de mercadorias, porque a pessoa pode trazer o documento e a mercadoria estar em outro estado. Não há motivo para essa ação", explica.
 
Em greve desde o dia 21 de maio, a paralisação da Suframa no estado completa duas semanas. De acordo com o sindicalista, ainda não existe nenhuma sinalização do governo federal em abrir negociação. A principal pauta da categoria é derrubar o veto de um artigo da Medida Provisória 660, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores.
 
Fonte: g1.globo.com
 
 
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